Saudações,
aprendizes! Hoje lhes trago a resenha de O oceano no fim do caminho, de Neil
Gaiman!
Livro:
O oceano no fim do caminho
Autor:
Neil Gaiman
Editora:
Intrínseca
Nº
de Páginas: 205
Sinopse:
Sussex, Inglaterra. Um homem de meia idade volta à casa onde passou a infância
para um funeral. Embora a construção não seja mais a mesma, ele é atraído para
a fazenda no fim da estrada, onde, aos sete anos, conheceu uma garota
extraordinária, Lettie Hempstock, que morava com a mãe e a avó. Ele não pensava
em Lettie há décadas, mas mesmo assim, ao se sentar à beira do lago (o mesmo a
que ela se referia como um oceano) nos fundos da velha casa de fazenda, o
passado esquecido volta de repente. E é um passado estranho demais, assustador
demais, perigoso demais para ter acontecido de verdade, especialmente com um
menino.
Resenha:
Neil Gaiman não é um escritor comum, mas é claro que você já deve ter ouvido disso.
Para os fãs de longa data do autor, dispenso explicações.
Mas
para aqueles que, como eu próprio, conhecia pouco de seu trabalho (para ser
mais preciso, havia lido apenas Stardust e Belas Maldições), O Oceano no Fim do
Caminho me surpreendeu.
E
muito.
Narrado
em primeira pessoa, o livro nos transporta para a mente do narrador, o
personagem principal. Isso mesmo, o nome do protagonista nunca nos é revelado.
O que não incomodou nem um pouco, devo dizer. Na verdade, demorei a perceber a
falta do nome do protagonista, e quando dei por mim já estava tão absorto na trama
e envolvido com o personagem que um simples nome não faria diferença.
Através
de suas lembranças, somos transportados quarenta anos no passado, vivenciando
uma experiência extraordinária que teve quando criança, o que ocupa mais de
noventa por cento do livro. Para os leitores mais atentos, não há como não se
identificar com o personagem, tal é a forma como as lembranças da infância nos
são apresentadas. Uma das maiores qualidades do livro é justamente nos dar a
nítida impressão de que vemos o desenrolar dos acontecimentos através dos olhos
de um garotinho de sete anos, com sua própria forma de entender e assimilar o
mundo a sua volta.
A
trama tende ao fantástico, na figura das mulheres Hempstock. Gaiman explora a
já tão usada “trindade” velha-mãe-donzela para expandir a mitologia própria da
trama, que se sustenta muito bem e nos deixa com aquele ar de mistério, na
vontade de explorar cada vez mais esse mundo.
Outra
das características que gostaria de salientar do livro é que ele é bem direto.
O autor soube construir sua história sem rodeios, sem floreios e sem frescura.
Tudo o que está no livro, desde as primeiras páginas, é de forma ou de outra
importante em seu desenvolvimento. E isso se aplica também aos personagens:
todos são importantes para a trama. Cada um a sua maneira, é verdade, mas vale
frisar que não há sequer um personagem “solto”, desgarrado do enredo.
E
sim, o desfecho é surpreendente e nos obriga a pensar e refletir. A autor não
nos entrega tudo de mão beijada, de forma que devemos ler a obra com atenção
aos detalhes, para não deixar passar nada.
Considerações
finais: Leia o livro, é o meu principal conselho. Levemente aberto a
interpretações, eu diria que a trama possui diversas camadas, o que depende do
quão fundo estamos dispostos a mergulhar neste oceano.
Até
porque, como diria a própria vovó Hempstock:
– “(...)
Pessoas diferentes se lembram das coisas de jeitos diferentes, e você nunca vai
ver duas pessoas se lembrando de uma coisa da mesma forma, estivessem elas
juntas ou não. (...)”
Aprecio o trabalho de Gaiman a muito tempo. Fiquei curioso quanto ao Oceano no fim do caminho.
ResponderExcluirAssim como tu ainda deve estar mais curioso a respeito de Deuses Americanos.
:)
Hahaha, pode deixar que esse ano ainda leio Deuses Americanos!
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