sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O Monstro do Papai

#1

  - Tem certeza? – Perguntou Nuke, franzindo o cenho. Ao fundo uma música baixa se fazia ouvir. – Pode ser uma armadilha.
 - Não é. – Liessa odiava a forma como o capitão tendia a ser desconfiado. – Estou trabalhando nisso há meses. O barão está contratando uma nova professora de dança para a filha. O cargo já é meu.
 - É muito arriscado, Liessa. – Clarke estava de mal humor desde cedo, e Liessa sabia muito bem qual o motivo. – Se você entrar naquela mansão, jamais sairá.
 - É para isso que estamos aqui, não é? – Desculpe, Clarke. – Posso me cuidar, está bem?
 - Liessa tem razão. – O capitão enfim concordava. Seus dois guarda-costas pareciam convencidos também. – Quando começa?

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Desencavando projetos antigos!

Saudações, aprendizes! Encontrei estes arquivos por acaso, vasculhando pastas velhas no pc! Foi o meu primeiro projeto, quando coloquei na cabeça a ideia de ser escritor.  Que tal uma palinha?


Imagem retirada da internet

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Cavaleiro Negro

Saudações, aprendizes! Hoje tem conto novo! E com música! Explicações no fim do post...


Cavaleiro Negro

A neblina ainda era densa, de forma que o sereno fazia bem o seu trabalho deixando tudo com aquela umidade irritante do início da manhã. Não que o povo daquele vilarejo em especial fosse dado a reclamações. Muito pelo contrário: em condições normais, os lenhadores já estariam fazendo seu trabalho desde a primeira luz.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Fome

Imagem retirada da internet


Estava com fome, acima de tudo. Há dias não comia coisa alguma, e não conseguia pensar em mais nada.
Porque nada mais importava.

...Dias antes...

terça-feira, 7 de junho de 2016

Diário do Arquimago - Fragmento 23

Diário do Arquimago – 23

Encontrei este livro no baú, e a parte complicada é que não o havia notado antes. Outro fato interessante é que ele só tinha um capítulo escrito - O tal fragmento 23. Não importava em que página eu colocasse, se o abrisse aleatoriamente ou o que fosse, era a mesma passagem, trecho por trecho. Como se o próprio arquimago quisesse que eu traduzisse aquele trecho...

#1


quarta-feira, 18 de maio de 2016

Novo Projeto - A Jóia do Reino

Saudações, aprendizes! Hoje iniciamos um novo projeto aqui no blog. Diferente do anterior, este será um projeto bem menos pretensioso, com menos de dez capítulos no total e com um tom mais leve e descontraído. Boa leitura!

A Jóia do Reino - Capítulo I - Victorya


Imagem retirada do site wallpaperscraft.com

  Era um dia ensolarado, uma tarde maravilhosamente linda e agradável.
  No entanto, Vicky estava presa na biblioteca.
  Olhou para aquelas pilhas de livros com desânimo. Eram doze pilhas, cada qual mais alta do que a outra. e todas mais altas do que ela.

terça-feira, 10 de maio de 2016

Sobre A Queda de Arcádia e o futuro do blog!

Saudações, aprendizes! Hoje teremos uma postagem... diferente. Falarei um pouco sobre o projeto A Queda de Arcádia e sobre o futuro do blog de agora em diante.

Para começar, o blog. O baú do Arquimago foi o primeiro blog que criei, e espero que seja o único. A intenção original era publicar contos, meus e de terceiros (Sim, se você tem um conto/crônica que esteja disposto a divulgar, pode contar comigo). Além disso, divulgar capítulos de meu projeto atual também era um objetivo.

Então surgiram as resenhas. Gosto de escrever resenhas. Mesmo. Consigo escrevê-las mesmo estando bloqueado, mesmo no modo automático. Gosto de dar minha opinião sobre os livros que leio, e compará-las com as opiniões alheias.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Resenha - Os Olhos do Dragão

Saudações, aprendizes! Hoje com a resenha de Os Olhos do Dragão, de Stephen King!

Esta resenha também poderá ser lida no blog Sintonia Cult!

Capa da edição da Suma das Letras

Este texto pode conter spoilers que podem (ou não) estragar a sua experiência, se você não tiver lido o livro ou não estiver familiarizado com o enredo. Leia por sua conta e risco.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

A Queda de Arcádia - Capítulo 10

Saudações, aprendizes! Este post marca o fim da primeira parte de A Queda de Arcádia. Se você não conhece o projeto, clique aqui para mais informações. A guerra pelo trono se aproxima!

10. Tragédia em Pedra das Estrelas

Alguns minutos já haviam se passado, e nem sinal do príncipe negro. A multidão já começava a ficar impaciente.
- Acha que seu primo está se borrando de medo? - Perguntou Darl, com sua costumeira garrafa de vinho nas mãos.
- Ele retirou-se quando lorde Leonard se feriu. - Observou Rastler. - Deve estar com ele.
Estavam na galeria que levava à arena, amontoados entre tantos outros competidores. A metade do grupo levado por Rastler decidiu competir, mas apenas Darl vencera sua disputa.
- Vai ter que derrubar o futuro rei. - Observou o amigo, entre um gole e outro. - Se estiver pensando em deixar ele ganhar, juro que te arrebento.

quarta-feira, 30 de março de 2016

A Queda de Arcádia - Capítulo 9

Saudações, aprendizes! Este é mais um post do projeto A Queda de Arcádia. Se você não conhece o projeto, clique aqui para mais informações!

9 . O torneio

Há dias estava preocupado com Jeren. A sobrinha mal comera desde que partiram de Lago Mardul. Durante a viagem manteve-se isolada dentro da carruagem, e recusou até mesmo a companhia do filho, Luke. Não que o jovem tivesse insistido em acompanhá-la. Ocupara-se em fazer o que todo rapaz de quatorze anos faria em seu lugar: correr atrás do pai.
Uma forte presença paterna lhe faz tanta falta. Sempre o fez.
O príncipe negro de Arcádia não era um exemplo de pai. Trebane suspeitava de que Lucian sequer nutrisse algum sentimento pelo filho, não mais do que por qualquer um.

quarta-feira, 23 de março de 2016

Resenha - Quando as Bruxas Viajam

Saudações, aprendizes! Hoje com uma nova resenha, mais uma vez da série discworld!

Esta resenha também poderá ser lida no blog Programa Sintonia Cult, clique para saber mais!


Arte da capa por Josh Kirby

domingo, 20 de março de 2016

A Queda de Arcádia - Capítulo 8

Saudações, aprendizes! Este é mais um post da série A Queda de Arcádia. Se você ainda não conhece o projeto, clique aqui.

8. O trato



Castelo do Mt Saint Michael, França. Forte
 inspiração para Pedra das Estrelas
A noite se encontrava em sua hora mais escura, mas a festa ainda estava começando no pavilhão dos bastardos sangrentos. Alguns pavilhões já se encontravam em escuridão total, visto que muitos cavaleiros precisariam descansar para a justa no dia seguinte.
- Vocês vão ver amanhã, vou derrubar todos os cães sarnentos deste torneio. - Darl Boca Suja já estava em seu terceiro grau de bebedeira, quando se tornava invencível.
- Desse jeito não vai conseguir nem segurar a lança. - Zombou Henrik, que sempre moderava no vinho. Hoje ele era o motivo de toda aquela bagunça, pois vencera a competição de arquearia, ficando assim quinze moedas de ouro mais rico.

sexta-feira, 11 de março de 2016

Discworld - Um ano do adeus ao mestre

Saudações, aprendizes! Neste sábado, 12 de março de 2016, faz um ano que o mundo perdeu uma de suas mentes mais brilhantes. Este post é, então, uma homenagem a um dos maiores mestres que a literatura fantástica já viu: Terry Prattchet, o autor de discworld.



"Imaginação, não a inteligência, é o que nos torna humanos."

                                             - sir Terry Prattchet 








Terence David John Pratchett, ou sir Terry Pratchett, foi um dos maiores nomes da literatura inglesa, tendo publicado mais de quarenta títulos. Sua série discworld, mundialmente conhecida e considerada sua obra prima, já foi traduzida em 36 idiomas.

terça-feira, 8 de março de 2016

A queda de Arcádia - Capítulo 7

Saudações, aprendizes. Neste post, mais um capítulo do projeto A queda de Arcádia.
Se você não conhece o projeto, clique aqui para mias informações.

A guerreira rúnica

Cetro Real era, talvez, a cidade mais bela do mundo humano conhecido. Suas seis torres erguiam-se altas e poderosas como se lanças gigantes estivessem apontadas para o céu. Cada uma dessas torres representava uma das seis essências arcanas estudados pelos magos: fogo, água, ar, terra, luz e trevas. No centro da cidade, o palácio branco era o pináculo daquela civilização, tendo sido a casa dos reis de Arkana por milhares de anos.
Mas toda aquela beleza parecia não atingir Agria naquele dia. Entrou na cidade à galope acelerado, ansiosa pela audiência com o rei. Arturo Benferd III era o rei de Arkana já havia dezessete anos. Como príncipe, fora um destemido cavaleiro rúnico. Aos trinta e dois, seu conhecimento sobre as artes arcanas o tornava o rei mais respeitado em dez gerações, era o que o pai constantemente lhe dizia.

quinta-feira, 3 de março de 2016

A regra do ouro

Arte por Nicole Cardiff/thegryph - DeviantArt



  Estava entediado. Era sempre um tédio no seu turno da guarda. "Como se alguém fosse aparecer". A entrada do esconderijo ficava atrás das colinas, numa reentrância que permitia que o guarda pudesse ver qualquer intruso se aproximar.
  Colocou mais lenha na fogueira. Se alguém passasse na estrada veria a fumaça por detrás das colinas, mas não importava. Ninguém passava naquela estrada tão tarde da noite.
  Largou o machado e sentou-se. Duas garrafas de hidromel o aguardavam.
  Saboreou a primeira. "Muito melhor do que aquele vinho de Edeni". Os edenianos que os haviam contratado bebiam um vinho tão vermelho que parecia sangue.
  "O vinho deles pode ser ruim, mas o ouro é tão bom quanto qualquer outro". Sentia-se bem. Estava recebendo oito moedas por dia, o dobro do que qualquer mercenário nas redondezas.
  "Ao ouro edeni". Ergueu a garrafa, brindando consigo mesmo, feliz.
  Até que uma flecha atravessou-lhe a garganta.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A queda de Arcádia - Capítulo 6

  Saudações, aprendizes! Neste post, mais um capítulo do projeto A Queda de Arcádia.
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6. O rei e o bastardo

 - Rastler, por favor, fique. - Falou o tio em seu tom fraco e cansado, enquanto dispensava os senhores presentes na sala do trono, fossem eles grandes ou pequenos.
Esperava por algo assim. Sequer por um minuto acreditou que o Rei deixaria seu retorno passar despercebido. Depois do desastre que fora o reencontro com Jeren, ao menos era bom rever sua família. Fora testemunha dos juramentos dos senhores do rio, assim como os outros senhores de Rasíris que também estavam presentes perante o Trono da Estrela Cadente. Um a um, todos se retiraram. O príncipe negro foi o primeiro a sair, seguido pelos seus generais e capitães, todos representantes de importantes casas em Arcádia. Lucian sequer trocou meia palavra com seu irmão. O herdeiro do trono tinha seu próprio séquito, e entre eles encontrava-se o irmão de Rastler, Victor. Sir Victor, e é bom que eu me acostume com isso. Nos quinze anos em que Rastler esteve nas terras do além leste, o pequeno Victor cresceu e se tornou um honrado cavaleiro. Haviam se encontrado brevemente após a batalha da Vigia do Leste, mas na ocasião o retorno de Rastler era demasiado recente para que recebesse a devida confiança dos Arcadianos.

A Queda de Arcádia - Capítulo 5

  Saudações, aprendizes! Neste post, mais um capítulo do projeto A Queda de Arcádia.
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5. O cavaleiro da ruína

- Eu, Jonas Granrios, ofereço minha vida ao serviço do Rei Teobald de Rasíris, hoje e até o fim dos meus dias. - Havia sido o quarto e último dos grandes senhores do rio a prestar juramento ao Rei. O tio fora o primeiro. Lorde Orion Granrios, meu novo suserano. Depois fora a vez do pai. Não podia deixar de pensar o quanto ele se remoía por dentro. Não trocaram sequer uma palavra desde que partiram da Ilhota dos Ventos, e sempre que seus olhares se cruzavam, sentia fogo nos olhos de Lorde Anton. Depois do pai viera o irmão, agora também um grande senhor. Lorde Jan Granrios, Senhor da Margem de Sangue.
- Erga-se. - Disse o Rei, com sua voz fraca e cansada. Teobald de Rasíris, o Conquistador. Era difícil acreditar que aquilo que sentava-se no Trono da Estrela Cadente a sua frente algum dia já conquistara alguma coisa. Não passava de um frágil saco de ossos. O rosto pálido e descarnado, a coroa dourada sobre o que restara dos cabelos brancos. Tivera de ser colocado no trono por dois criados, que o retiraram de sua cadeira adaptada com rodas.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A Queda de Arcádia - Capítulo 4

Saudações, aprendizes! Neste post, mais um capítulo do projeto A Queda de Arcádia.
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Banquete em Lago Mardul

A última parte da viagem foi a mais difícil para Rastler. Um banquete em Lago Mardul, no castelo de lorde Leonard, um dos favoritos de Lucian. Isso por si só não era problema nenhum. A grande dificuldade seria rever aquela pessoa.
- Lembra-se de Lago Mardul, primo? - Perguntou-lhe Lucian, ao entrarem pelos portões da cidade. Cavalgavam lado a lado.
- E poderia ter esquecido? - Manteve o sorriso, embora este lugar lhe trouxesse a lembrança de mil espadas a perfurar-lhe o coração. Foi aqui que desisti, não pode deixar de pensar. Foi aqui que abandonei minha herança e meus graus de cavalaria. Meus amigos e minha família. E, acima de tudo, desisti de Jeren Mardul. Mas não diria isto ao primo. Haviam certos limites quando se falava com um príncipe, mesmo que fosse um maldito bastardo de coração negro como Lucian. - O torneio há cinco anos. Você derrubou todos os justadores, e sagrou-se cavaleiro.

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A Queda de Arcádia - Capítulo 3

Saudações, aprendizes! Neste post, mais um capítulo do projeto A Queda de Arcádia.
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3- No acampamento dos bastardos

Se a disciplina era o grande diferencial das tropas negras de Lucian, a completa falta dela era o que marcava o acampamento dos bastardos sangrentos, à noroeste da Mata do Rio. Um agrupamento disforme de homens, barracas, cavalos e merda. Apenas a vanguarda de Rastler adentrou no acampamento, uma vez que o príncipe negro decidiu instalar-se num castro próximo.
Dentro do pavilhão principal, os mercenários discutiam:
- A porra de um torneio? - Falou um dos capitães, o velho Darl Boca Suja: - Tá dizendo que vai nos pagar pra lutar numa merda dessas?
- Não. - Rastler foi firme, da forma que era necessária ao comandar um grupo como aquele. - Apenas se vencermos o corpo a corpo. Dividirei o prêmio em partes iguais. Serão duzentas peças de ouro para a equipe vencedora.
- E quanto aos prêmios individuais? - Perguntou Henrik, comandante dos arqueiros.

A Queda de Arcádia - Capítulo 2

  Saudacões, aprendizes! Neste post, mais um capítulo do projeto A queda de Arcádia. 
  Se você não conhece o projeto, clique aqui para mais informações.

2- A filha do conselheiro

  Agria estava no acampamento, traçando planos com os outros generais, quando recebeu a notícia da morte de seu pai. Haviam desbaratado o último grupo de rebeldes da fortaleza de Mor Krazt, e os sobreviventes fugiram para as florestas ao sul.
  - Mestre Arkley, - Dirigia-se ao mago, que viera da Ilhota dos Ventos há dois meses. Na casa dos trinta anos, Arkley ainda era jovem para um mestre, mas recebera o título do próprio rei após sua demonstração de bravura em batalha. - Forme grupos de batedores. Não podemos marchar com nossas tropas para o interior da floresta, mas também não podemos permitir que Ishtor fuja.
 Era verdade. A Floresta da Chuva já não era mais território de Arkana. Pertencia ao povo antigo, com quem as relações não eram tão amigáveis assim. No entanto, se Ishtor escapasse, com certeza voltaria cem vezes mais poderoso, e isso poderia representar perigo real ao reino.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Resenha - O Nome do Vento

  Saudações, aprendizes! Abrindo a seção de resenhas, hoje lhes trago O Nome do Vento, o primeiro livro da trilogia A Crônica do Matador do Rei.


sábado, 16 de janeiro de 2016

A queda de Arcádia: capítulo 1

Saudações, aprendizes! Este é o segundo post de série A queda de Arcádia.
Se você ainda não leu o primeiro, pode lê-lo clicando aqui.

1 - O despertar de Rastler de Rasíris


  Sonhou com uma donzela sardenta, de cabelos ruivos trançados até a cintura. Do alto da torre ela chamava seu nome, e ele, em sua juventude restaurada, corria pelas escadas de espada na mão derrubando um a um aqueles que se opunham ao seu amor. Já perdera o elmo e o escudo, e sangrava de diversos pontos sob a armadura esfarrapada, mas continuava. Cada vez mais forte e cheio de vontade, pois cada degrau para cima o levava para mais perto dela, e sabia que ela esperava por ele.
  - Jeren... - Disse, quando enfim cruzou a porta para a última sala, onde ela esperava-o, linda em um vestido azul. Sorriu ao vê-la, e correu para abraçá-la, beijá-la e amá-la.
  Mas ele estava ali também, em sua armadura de aço negro. Uma espada longa na mão. O

domingo, 10 de janeiro de 2016

Na teia da mulher aranha


Roger havia chegado cedo ao restaurante, mas sentia que estava valendo a pena. Era a primeira vez em dois anos que saía de novo. Com uma mulher, ao menos.
Claro que passou a semana toda tentando convencer seus amigos de que ela era real, não uma farsa. Tentava, acima de tudo, convencer a si mesmo. Afinal, sempre há esse risco quando se conhece alguém pela internet.
Deu o maior de todos os sorrisos quando ela entrou. Ela era muito mais linda do que pela tela do computador.
Sentiu-se com sorte.

Samanta reduziu a velocidade e estacionou. Desligou o motor e ficou escutando a chuva.
Dez minutos para as onze horas, era o que marcava o celular. Quase na hora.
Tateou o isqueiro de Jonatas no bolso. O noivo sempre havia fumado, mas perdia o isqueiro. Samanta sempre carregava um reserva. Velhos hábitos não morriam.
Estava começando a ficar nervosa.
Apagou os faróis, o que reduziu drasticamente sua visão da rua. No entanto, tinha certeza de que poderia ver o que precisava.
Abriu o porta luvas e pegou um bloco de notas e uma caneta. Abriu-o para mais uma

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Projeto: A queda de Arcádia - Prólogo

Saudações, aprendizes.

Este post marca o início do projeto A queda de Arcádia, minha série sobre a luta pelo poder no decadente reino de Arcádia.

Contar-lhes mais do que isso seria estragar a história. Portanto, mãos à obra:


PRÓLOGO: A tomada da Ilhota dos Ventos

Fragmento das memórias de sir Jonas Granrios


  Os Senhores do Rio viram quando Lorde Orion deu um soco na mesa, fazendo pequenos soldados de cobre espalharem-se pelo chão do salão. Suava muito através de suas feições redondas e vermelhas. Grossas bolsas negras estavam abaixo de seus olhos, reflexo das várias noites sem dormir

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Diálogo Interplanetário

  Num segundo, gritos. E então seu mundo girando ao redor, um turbilhão de cores e sons e cheiros e sabores, queimando enquanto congelava, como se experimentasse todas as sensações de sua vida de uma única vez.
  Ou como se tudo estivesse sendo sugado de si.

  Raquel abriu os olhos repentinamente, e deleitou-se naquele momento em que se acredita que o pesadelo acabou.
  Até que o viu, ao pé de sua cama, observando-a.

  O estranho.

  Era alto. Não saberia dizer o quão alto. De certo modo a precisão lhe escapava. E magro, como uma versão distorcida de um corpo humano esticado. Era incapaz de focar o rosto, mas tinha a certeza de ser observada.
  Vergonhoso. Uma doutora em exobiologia que não conseguia se concentrar na aparência de um ser

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Sobre um certo baú...

  Saudações, e sejam bem vindos ao baú do arquimago, o melhor blog de...

  De quê mesmo?

  Bem, nada melhor do que uma história para esclarecer isso.

  Encontrei o baú por acaso, na ampliação da casa. Estava cavando um buraco e de repente senti aquele golpe de quando a pá acerta algo sólido. Droga de entulho, foi o que pensei enquanto jogava a pá, com raiva. 
  Decidi ir tomar uma água.

  Voltei com uma picareta, pronto para extravasar. Mas não era entulho. Era algo metálico. Levei o resto da tarde para desenterrar.
  Era um baú. Uma droga de baú velho. E grande. Devia caber uma pessoa dentro. E pesado como o mundo. Com um esforço titânico, consegui tirá-lo do buraco.
  Estava sujo, mas nada que um jato d'água não pudesse resolver. Não era feio, afinal. O artesão havia sido competente, principalmente no acabamento.

  Dava pra conseguir uma grana por ele.
  O problema é que não consegui abrir. Estava trancado com um cadeado de ferro do tamanho da minha mão. Parecia antigo, mas não tinha sinal de ferrugem. 
  Busquei uma serra. Quebrei a lâmina.
  Um pé de cabra. Fiz força até dizer chega.
  Nada.
  Levantei irritado e dei um bico no baú, o que serviu apenas para machucar meu pé.

  Quase desisti. Mas a curiosidade falou mais alto. Eu não poderia, afinal, vender o baú antes de abrir.
  E se o item em seu interior valesse mais do que o baú em si? Eu não poderia me perdoar por tal burrice.

  Passado um pouco a dor no pé, decidi me abaixar e inspecionar o cadeado. Para ver que tipo de tranca teria. Se fosse necessário uma chave, um chaveiro poderia resolver o meu problema, embora eu duvidasse muito. Quando o toquei, ouvi um estalo, e o maldito enfim se abriu.

  Foi de arrepiar. Sério. Aquelas coisas que só vemos em filmes, e dos ruins.
  Precisei das duas mãos para levantar a tampa. As dobradiças sequer rangeram.

  E, para meu assombro, estava cheio de...

                                                                                           ...papel.

  Toda a minha empolgação foi por água abaixo. Sentia-me um tolo por ter gastado um tarde inteira cavando, exausto por tentar abrir com o uso da força e com o pé doendo. Tudo isso por um punhado de papel velho.

  Tá certo, não um punhado. Estava cheio. Acho nunca vi tantas folhas soltas em minha vida. Algumas folhas eram velhas demais, prestes a desmancharem. Outras, amassadas ou rasgadas; ou ambos. Papel e mais papel.

  Estava quase fechando o baú quando uma última coisa me chamou a atenção.
  Havia ainda um livro. Era pequeno, mas não muito fino. A capa era de couro envelhecido, negra como a noite. Nela não havia nada escrito, sequer uma gravura ou símbolo.
  Resolvi abrir.

  Era uma espécie de códice, só que em formato de livro. Instruções para se decifrar um enigma.
  Muitas instruções. Mas talvez não fosse impossível...

  Peguei uma folha qualquer de dentro do baú. Estava manchada, de forma que apenas metade do conteúdo podia ser visto. Estava mesmo escrito numa espécie de código. Não havia como negar. Eu tinha algo interessante em mãos.

  Voltei minha atenção ao livro, para examiná-lo com mais atenção. Até que descobri um bilhete dentro. Uma pequena folha recortada, com não mais do que algumas palavras escritas.

  Com o códice e o bilhete em mãos, não havia como não tentar.
  Depois de algumas horas, eis o que descobri no bilhete:

  Caro aprendiz

  O que tem em mãos é nada menos do que o trabalho de minha vida. Se o baú abriu para você, é porque será capaz de desconstruir meu código. 

  Cada história que descobrirá dentre minhas anotações trata-se de um achado fortuito. Algumas eu vivi, mas estas posso dizer que foram poucas. Procurar por todas elas foi o que me manteve vivo por tanto tempo, me fazendo superar desafios aparentemente impossíveis. 

  No entanto, posso dizer, TODOS os relatos são verdadeiros. Não seria um contador de histórias bom se não verificasse.
  Há histórias das mais variadas. Desde pesquisas históricas até relatos de viajantes. Contos sobre heróis e vilões, mortais e deuses. Mundos que se floresciam enquanto outros acabavam. Amor, amizade e heroísmo, mas também ódio, tirania e traição.

  Estive em lugares que jamais poderia imaginar, e muitas vezes por histórias pouco interessantes.
  Algumas adquiri com facilidade, outras com suor e sangue.
  Por outras paguei, enquanto que algumas roubei.
  Mas no fim das contas todas se tornaram meus tesouros, meus maiores troféus.

  No entanto, nada dura para sempre.
  Tive de esconder o que me era tão precioso, e agora cabe a você, aprendiz, continuar este nobre trabalho.
  Mas cuidado, lembre-se:
  Algumas histórias deveriam ser deixadas em paz, como eu mesmo acabei descobrindo.

                                                                                                                         Boa sorte,
                                                                                                                      O Arquimago



  Foi difícil de acreditar, parecia uma brincadeira muito bem elaborada.
  Novamente retirei uma folha qualquer de dentro do baú.
  Poderia, no fim das contas, ser interessante.

  Tinha um novo trabalho pela frente.